Mostrando postagens com marcador mentira. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador mentira. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM(bons para o povo)

Cuidado! Eles estão de volta. Estamos nos deparando com velhos personagens da política pernambucana e palmarense. Há algumas semanas, vários candidatos a deputados e prefeitos da região abordam as pessoas pelas ruas da cidade, nas feiras livres, supermercados, mercadinhos e tantos outros lugares onde respira qualquer alma vivente. Os bairros da cidade dos Palmares passaram a ter mais atenção das autoridades e parlamentares do nosso Estado e daqueles que pousam por aqui em tempos de eleições para continuarem ou atingirem o Congresso Nacional. Colocam- se como “os Redentores” da sociedade palmarense, pois seus argumentos são voltados para tornar a Terra dos Poetas um território parecido com Shangri-la ou num canteiro de obras como ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes.
As promessas desses políticos forasteiros são as mesmas: educação, saúde, transporte, habitação, segurança (principalmente). Como os problemas sociais aumentaram, a lista de promessas também foi acrescida com destaque para o meio ambiente, violência contra as mulheres, pedofilia, desemprego sazonal colocando programas assistencialistas como redentores das mazelas da entressafra (tipo chapeu de palha), violência urbana e a mais nova ideia da política nacional: defender a implantação do “projeto Ficha Limpa”!
Em ano eleitoral, o povo se transforma em deuses e os políticos em devotos do poder. Fazem promessas mirabolantes, irrealizáveis e agem de maneira estranha como chorar em palanques, agarrados a uma Bíblia e de joelhos. Confesso que essa tática de angariar votos entre os religiosos é realmente eficiente. Muitos candidatos que pedem voto pela cidade não conhecem os nomes das principais ruas da cidade como Cel. Izácio, Pça. Paulo Paranhos, Rua Frei Caneca, Luzia Pedrosa, Rua da Notícia, Vigário Bastos, Pça. Maurity. Não sabem onde ficam a Rua da Viração, do Limão, do Araticum, do Engole homem, Rua do Galo, “Esconde Nego”, Rua do Rio e a Coreia (antiga zona da cidade dos Poetas). Não sabem onde ficam o Rio Pirangi e sua ponte de ferro construída pelos ingleses. Muitos dos que mendigam os votos dos palmarenses não sabem que o poeta Ascenso Ferreira é natural dos Palmares e morou na Rua dos Tocos, que Hermilo Borba Filho nasceu no Engenho Verde e que fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco e o Teatro Popular do Nordeste. Nunca ouviram falar sobre Rabeca, Antônio Caetano de Souza (poeta popular), Telles Junior, Artur Griz, Milton Souto, Fenelon Barreto, Jayme Montenegro, Luis Portela de Carvalho, Severino Aguiar, Brivaldo Leão, Biu do Tacho, Piaba e seus caboclinhos, Zé de Barros, Miguel Meneses, Dorjão Pinical, Bastinha, Zé Carneiro (advogado), Não sabem apontar onde ficava o Cine São Luis, Cine Teatro Apollo, o antigo SENAI, a Sertaneja, a Barraca Azul, a loja Itamaraty (O Itamaraty é fogo meu chapa), o Hotel Bom Jesus, O Clube Ferroviário, Os Lenhadores, Paz Dourada, O Óleo e a Rádio Cultura dos Palmares. Não sabem onde ficam os bairros das Pedreiras, Grota do Bispo, Bigode. Nunca ouviram falar em Japaranduba, Cantochão, Arruado da Usina. Não sabem onde ficam os engenhos Esperança, Lajedo, Flor do Una, Bom Mirá, Humaitá, Poço, Herval, Goiabeira, Coiceiro, Catuama A e B nem Diamante.
Como essas pessoas querem representar o povo dos Palmares se não conhecem esses personagens e lugares da nossa história? Qual é a moral que eles têm de pedir voto ao povo dos Palmares? A cidade dos Palmares, como muitas outras que fazem parte da Zona da Mata pernambucana, vem enfrentando um luta brutal contra o atraso e decadência da sua economia. Atualmente existem alguns empreendimentos, mas insuficiente para atender a demanda de geração de empregos que a cidade exige. Como esses políticos descartáveis podem resolver esses problemas se não fazem parte da sociedade palmarense? Se não moram aqui? Se não vivem aqui? Os que foram eleitos na última eleição, mesmo morando aqui, não estão resolvendo ou procurando resolver nossos problemas, imagine esses alienígenas?
Palmares se parece mais com um Mané Gostoso onde todo mundo quer mexer fazendo o povo de palhaço. Vamos tratar esses aventureiros como eles merecem: com a dureza da rejeição das urnas. Não faça do seu voto uma arma contra você mesmo. Vote com segurança e responsabilidade porque uma má escolha pode destruir a sua vida e esperança de uma sociedade. Precisamos construir nossos representantes políticos entre os verdadeiros palmarenses que tenha competência política e a desenvoltura e dignidade com a coisa pública. Sabemos que esse perfil político é raro de encontrar, mas não é impossível. Encontrar um bom representante político é fundamental para o crescimento da sociedade e o desenvolvimento da região.

sábado, 24 de abril de 2010

A DESCOBERTA DO BRASIL: QUANDO A MENTIRA CONSTROI A HISTORIA

A História do Brasil é algo estranho para a maioria dos brasileiros. Talvez por isso ele seja tão despolitizado chegando ao absurdo de comemorar algumas “datas históricas” como verdades incontestáveis. Essa “verdade” histórica atinge “as massas” e a classe que se diz esclarecida e politizada do país. Uma dessas datas construídas pela historiografia hemiplégica é o dia 22 de abril de 1500. Nesse dia e ano, o navegador português, Pedro Álvares Cabral, descobriu o Brasil, “sem querer”, em função de uma calmaria que o levou a costa brasileira. A própria historiografia tradicional, desmente essa idéia porque desde 1492, quando o continente americano foi invadido por Cristovam Colombo, os portugueses já tinham conhecimento das terras que hoje recebe o nome de Brasil. Tanto é verdade que, em 1493, quando as terras americanas foram divididas entre Portugal e Espanha através da Bula Inter Coetera que determinava que deveria ser traçada uma linha imaginária, passando 100 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, os lusitanos argumentaram que do jeito que foi feita a partilha do novo continente, eles ficariam com terras submersas pelo Oceano Atlântico e os espanhóis ficariam com todas as terras do novo continente. Como eles sabiam desse “detalhe” tão importante se eles desconheciam o novo continente? É claro que os portugueses já haviam tido contato com o novo mundo.
Em função da recusa dos lusitanos, foi firmado um novo acordo entre os dois países ibéricos: o Tratado de Tordesilhas que estabelecia a divisão do novo continente entre Portugal e Espanha. As léguas passaram de 100 para de 370 a oeste de Cabo Verde. Com o recuo do meridiano para o oeste, os portugueses chegaram onde queriam, ou seja, na costa do Nordeste do novo continente.
Dessa briga diplomática surge uma questão interessante: se os portugueses desde 1493 já reivindicavam as terras americanas, como eles “descobriram o Brasil em 1500”? É uma grande contradição, não acham? Na verdade, em 1500 ocorreu a POSSE do território português na América. Desconstruir essa idéia do “descobrimento ou achamento” é uma tarefa difícil de ser cumprida porque aquilo que se aprende através da mentira é o mesmo quando um paciente usa medicamentos por conta própria e resolve procurar um médico quando a doença já tomou proporções irreversíveis. O saber histórico tem as mesmas conseqüências. No caso da doença, a cura ou não do paciente depende do tratamento que vai receber e também do organismo dele. Em relação à desconstrução do erro histórico, o remédio indicado é a busca pelo conhecimento, da informação. Se esse tratamento não for seguido, os indivíduos continuarão a pensar erroneamente sobre a origem da formação do nosso país e passarão essa idéia para a sociedade como fatos históricos verossímeis. Um povo que não conhece a sua história é manipulado por aqueles que a distorcem. Assim é, a maioria do povo brasileiro.